sexta-feira, 1 de maio de 2015

O câncer e a alimentação

                                                 Fonte: Google Imagens

A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates o pai da medicina, que viveu entre 460 e 377 a.c. O câncer não é uma doença nova, o fato de ter sido detectado em múmias egípicias comprova que ele já comprometia o homem há mais de 3 mil anos antes de cristo. Atualmente câncer é o nome dado ao conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado de células, que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. (THULER, 2012)

   Durante muito tempo, o câncer se caracterizou como uma doença dos países desenvolvidos e com grandes recursos financeiros, enquanto as nações em desenvolvimento encontravam nas doenças infecciosas as maiores causas de mortalidade, porém essa situação vem sofrendo intensa modificação, com o grande aumento da incidência de câncer em países em desenvolvimento e com sua transformação em um evidente problema de saúde pública mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde o câncer já é a terceira causa morte no mundo. No Brasil, as neoplasias já são a segunda maior causa de morte, sendo responsáveis por mais de 15% dos óbitos. De acordo com revisão de literatura, diversos tipos de doenças estão ligados a fatores externos, os quais relacionam ao meio ambiente e aos hábitos e comportamentos associados a um ambiente social. Entre os fatores de risco de natureza ambiental, podem-se destacar o consumo de bebidas alcoólicas, a exposição desprotegida ao sol, os hábitos alimentares inadequados, tabagismo, relações sexuais sem proteção e o sedentarismo. Apesar de ser mais comum em adultos, o câncer também pode atingir crianças e Jovens. No Brasil, a mortalidade por câncer em crianças e adolescentes com idade entre 1 e 19 anos representa a primeira causa de óbito, nessa faixa etária. (MAIA et & al, 2013)

O aumento da ocorrência das doenças crônicas, observado nas ultimas três décadas, pode ser, em grande parte, creditado, às mudanças no comportamento e estilo de vida, melhoria na qualidade da assistência em relação às doenças infecto parasitárias, à industrialização e a urbanização, que contribuíram para o envelhecimento populacional. Diante da progressiva individualização do risco, as influências ambientais e sociais são pouco consideradas ou ficam em segundo plano. O estilo de vida e o comportamento são encarados como escolha individual, dissociados do contexto social. O impacto das doenças não transmissíveis, especialmente em países em desenvolvimento, já corresponde a 80% do impacto global. O câncer já representa a primeira causa de morte nos países desenvolvidos e com declínio das mortalidades só por  doenças cardiovasculares nos países em desenvolvimento, este também se tornará dentro de poucas décadas, a principal, causa de morbimortalidade em todos os continentes, independentemente do nível socioeconômico. (INFORMATIVO VIGILÂNCIA DO CÂNCER, 2012)

   No que se relaciona à prevenção da doença, especial interesse recai sobre os fatores de risco potencialmente modificáveis, como o ganho de peso após os 18 anos de idade, sobrepeso ou obesidade após a menopausa, utilização de terapias homonais, o sedentarismo, o tabagismo, e o consumo diário de bebidas alcoólicas. As mudanças no estilo de vida das mulheres podem, em parte, explica o aumento da incidência do câncer de mama, envolvendo desde o sedentarismo e hábitos alimentares até os fatores relacionados ao uso de terapias hormonais, à gestação e à amamentação. (BATISTON et & al, 2011)

   O índice de massa corporal (IMC) e a circunferência da cintura e do quadril forma descritos como positivamente associados com o risco para o desenvolvimento de câncer de mama. Estudos observacionais sugeem que a prevenção do tabagismo, do alcolismo, da obesidade e do sedentarismo, além do incentivo ao aleitamento materno, eduzem o risco de câncer de mama. Uma ingestão excessiva de alimentos é um dos principais fatores de risco neoplásico. A obesidade está presente em 14% das mortes por câncer nos homens e 20% nas mulheres. (KOLLING, SANTOS, 2009)

      Todos esses dados evidenciam a necessidade de se investir na conscientização da população quanto aos fatores de risco em câncer e aos meios de prevenção, com maior foco no desenvolvimento de ferramentas que facilitem a transmissão desses conhecimentos às crianças e jovens desde cedo. O investimento em estratégias que procuem convencer essa população a evitar o máximo a exposição aos fatores de risco ambiciona diminuir o número de novos casos de câncer no país e no mundo. (MAIA et & al, 2013)

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